Política

Witzel recebeu propina para gastar caso não fosse eleito

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|  Foto: Desembargador Cláudio Mello Tavares ouviu o empresário Edson Torres durante sessão do TEM. Foto: Tribunal de Justiça
Desembargador Cláudio Mello Tavares ouviu o empresário Edson Torres durante sessão do TEM. Foto: Tribunal de Justiça

O Tribunal Especial Misto ouviu nesta quarta-feira (13), no Tribunal de Justiça do Rio, as duas últimas testemunhas do caso do impeachment do governador afastado, Wilson Witzel (PSC).

Em depoimento por videoconferência, o empresário Edson Torres, apontado como um dos financiadores da campanha de Witzel, confirmou a existência de uma "caixinha" com valores de cerca de R$ 55 milhões de recursos de contratos firmados por algumas Organizações Sociais (OSs) com a Secretaria Estadual de Saúde para pagamento de propina.

O montante, nas palavras do próprio empresário, foi dividido entre a pasta (15%), o empresário Victor Hugo Barros (15%) e o ex-secretário de Saúde Edmar Santos (30%). Os 40% restantes foram, de acordo com o depoimento, para o pastor Everaldo, presidente do PSC, no que chamou de estrutura de governo. Os valores foram repassados entre os meses de janeiro de 2019 e meados de 2020.

Torres afirmou ainda que Pastor Everaldo repassava parte dos valores recebidos e soube que Witzel era um dos beneficiados. O empresário também afirmou ter participado de um fundo, junto a outros empresários, para arrecadar R$ 1 milhão, destinados ao governador afastado, com o intuito de prover o sustento dele após a desincompatibilização do cargo de juiz federal, exigência para que se candidatasse ao cargo de governador.

O valor efetivamente arrecadado, de R$ 980 mil, seria uma compensação em caso de derrota nas eleições, e poderia ser gasto livremente por Witzel em caso de vitória. 

Relator do processo, o deputado Waldeck Carneiro (PT) mostrou satisfação com o depoimento. "A oitiva de Edson Torres foi a mais importante de todas as testemunhas. Ele ‘abriu o jogo'", concluiu o parlamentar.

Recurso

Na mesma sessão, os membros do Tribunal também decidiram pelo indeferimento dos recursos apresentados pela defesa do governador afastado, que questionava a suspensão do prazo para conclusão do julgamento do processo de impeachment, que caso não seja respeitado possibilita o retorno de Witzel ao cargo de governador do Rio de Janeiro. 

Por 7 votos a 3, a decisão de manter os prazos suspensos foi mantida. Caso o julgamento não seja concluído até maio, Witzel poderá retornar ao cargo de governador do estado. 

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